REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817 E OS MOTIVOS DA ‘’EMANCIPAÇÃO” POLITICA DE ALAGOAS

A região norte de
Alagoas foi onde se deu a origem dos primeiros engenhos de açúcar , da parte
sul de Pernambuco- Escurial (Porto de Pedras),Buenos Aires (Camaragibe) . Morro
(Porto Calvo) Já Penedo tinha sua atividade voltada para pecuária; A parte sul
de Pernambuco foi dividida em sete sesmarias, a Cristóvão Lins fora doadas as
terras que ficavam do cabo de Santo Agostinho ao rio Manguaba (atual cidade de
Porto Calvo),a Diogo Soares as terras da enseda da Pajuçara ao porto do Francês
, santa Maria Madalena da Lagoa do sul ( atual Marechal Deodoro); por sua
atividade econômica , parte sul de alagoas vai se transformando de Vila (
Alagoas, Penedo e Porto Calvo) a condição de Comarca.
A revolução, que na
verdade foi a insurreição Pernambucana de 1817 de caráter Nativista e
Republicano e influenciados pelas ideias iluministas, a aristocracia
Pernambucana queria uma sociedade independente e o rompimento da ordem colonial
Portuguesa, nesse contexto , a família Real portuguesa(D. João VI) se
encontrava no Brasil.
Com a expulsão dos
Holandeses a Produção do Açúcar entrou em crise afetando os senhores de engenho
os altos impostos Portugueses asfixiavam os colonos Brasileiros impostos provocando
revoltas da sociedade pernambucana, o foco inicial da rebelião foi a cidade de
Recife, entre os que se destacavam-se no movimento antilusitano tinham ,
militares, comerciantes , magistrados, padres e maçons , que combatiam
duramente os comerciantes portugueses, apelidados de marinheiros porque
abordavam de navios da Europa; essa rivalidade e o medo levou os portugueses a
denunciar ao governador os lideres acusados de conspiração ,o governador
determinou a prisão dos acusados, o brigadeiro Barbosa de Casto, resolveu fazer
pessoalmente as prisões ,quando foi prender o capitão José de Barros(leão
coroado),reagiu à prisão e matou o brigadeiro Barbosa, os rebeldes tomaram os
quarteis saído as ruas ocupado os Barrios de santo Antônio e centro da cidade de
Recife, para não ser preso o governador Pinto de Miranda pelas sua propia tropa
se refugiou na fortaleza do Brum.
Os rebeldes formaram
um governo composto de vários representantes, comerciantes, Militares,
proprietários rurais, e o clero, ficaram no poder por setenta dias ( 6 de março
a 20 de maio), tentaram difundir as ideias as outra capitanias mas fracassaram
na Bahia, o padre Roma e foi preso e fuzilado, no Ceará o levante foi feito no
cariri pela família Alencar foi sufocada Filgueiras; as adesões republicana se
deu apenas na Paraíba e no Rio grande do Norte formando um junta governativa ,
que se aliou a Pernambuco, não logrou êxito por não ter participação popular.
Na parte sul de
Pernambuco (hoje Alagoas) veio trazer as ideias de revolução José Ignácio
Ribeiro de Abreu e Lima (Padre Roma), indo à Bahia, o líder da revolta e
Alagoas foi o Victoriano Borges da Fonseca, então comandante das Armas de
Alagoas A adesão à revolta teve a participação também de setores da
aristocracia rural, em são Miguel dos Campos teve adesão de Manoel Viera
Dantas, Segundo o Históriador Alfedo Brandão: “o único rebelde de São Miguel” ,
adesão de outras vilas como Penedo que foram violentados pelo terror . A única
vila que não ocorreu revolta foi Atalaia, Por que lá se encontrava Ouvidor
Batalha impediu as proclamações e revoltas; Na opinião da Professora Isabel
Loureiro, o chefe das armas de Alagoas, com constrangido por ter ajudado o
padre Roma , foi a Bahia delatar o movimento ao conde dos arcos. A vila de
Penedo foi duramente reprimida pelas tropas da reação do conde dos Arcos e
ouvidor Batalha com prisões e deportações para Bahia, foi ainda da cidade de
Penedo foi organizada as duas tropas ,( batalhões de Voluntários), uma formadas
por brancos e outra de negros, para combater e debelar a revolta em Recife; em
outros pontos de Alagoas em Jeguiá da Praia foi preso e esquartejado José Leão,
acusado de anti –patriota, em Porto de Pedras Nicolau Paes Sarmento, capitão,
foi preso e enviado para Bahia.
Ouvidor Batalha da
cidade de Atalaia fiel a coroa, desmembrou Pernambuco, anexando a Bahia e criou
um governo provisório até a restauração de Pernambuco, tiveram a participação
das tropas vindas da Bahia para reprimir a Revolta. A reação das tropas
portuguesas foi radical, atacaram Pernambuco por terra e também por mar
cercando o porto de Recife com uma grande esquadra, levando a capitulação dos
revolucionários. Os que não morreram em combate, foram fuzilados. Com o Alvará
de D. João assinou (...) sou servido isentá-la absolutamente da sujeição, em
que agora esteve do governo da Capitania de Pernambuco, erigindo-a em
capitania, com um governo independente que a reja na forma praticada nas mais
capitanias independentes”. Nomeou o coronel Sebastião Francisco de Mello Póvoas
o primeiro governador, que chegou no dia 27 de dezembro de 1817, desborcou no
porto de Jaraguá; suas primeiras medidas instalação da junta administração,
Arrecadação da real Fazenda e construção do Quartel da policia, onde hoje é o
comando geral da PM.
Sobre a revolução
Pernambuco 1817 e sua relação com emancipação a politica de Alagoas, existem
duas teses, os Historiadores Alagoanos defendem que a nossa emancipação foi
fruto da autonomia econômica e outra a covardia dos alagoanos, que fugiram da
revolução e ficaram fiel ao governo de D. João VI, os Historiadores Alagoanos
São unânimes em afirmar que o aspecto econômico foi determinante na emancipação
de alagoas eles secundarizam o movimento da proclamação da republica
Pernambucana de 6 de março de 1817, uns são contraditórios, falam em
“fidelidade da aristocracia Alagoana” a coroa Portuguesa, e que “traição que
deu certo” Nos livros sobre de história de alagoas eles defendem essas teses:
História da civilização das Alagoas de Jaime da Altavila (...). Tal
prosperidade foi certamente que levou D. João VI a decretar, aos 16 de Setembro
de 1817 a sua emancipação, também Isabel Loureiro afirma em seu livro História
de Alagoas (... ) a verdade é que alagoas foi emancipada porque já era Comarca
desde 1706 e por seu desenvolvimento socioeconômicos e político” já livro
história de Alagoas Álvaro Queiros aponta pistas para a tese que a emancipação
foi um castigo a Pernambuco a revolução 1817, ele cita (...) um premio de
Alagoas pela sua fidelidade á coroa Portuguesa”. , mais defende quer contexto
da emancipação tinha 200 engenhos de açúcar, portanto esses fatos conjugados
influenciaram a emancipação política.
No livro Raízes de
Alagoas, escrito por Divaldo Suruagy e Ruben Wanderley os autores relacionam a
tese quer o alvará de 16 de setembro de 1817 tinha o objetivo de enfraquecer
Pernambuco, mais ainda ressaltam a tese econômica, na afirmação (...) A comarca
de Alagoas, criada em 1706 , já apresentava, em 1730 uma renda superior á
capitania da Paraíba”; Jair Barbosa na pagina 18 , com o titulo” a traição que
deu certo.", aponta a emancipação foi fruto de uma traição da aristocracia
alagoana no livro História de Alagoas dos Caetés aos Marajás.Já segundo o
historiador no livro revolução pernambucano as tropas do Marechal Cogominho de
Lacerda, essas tropas atravessaram o rio São Francisco com o apoio dos
proprietários Alagoanos, mancharam para o norte, em direção ao Recife, para
reprimir a revolta. Em relação ao argumento que a prosperidade econômica da
comarca de Alagoas Moreno Brandão , afirma na pág. 71 do livro de História de
Alagoas ” muitos outros vilares começaram a se expandir e, não se podia
constatar assombroso progresso...”
Ressalto que pelos
fatos que levaram à separação do território Pernambuco a parte sul o fator
principal foi Revolução Pernambucana, Já que o rio grande do norte também foi
separado do território da capitania de Pernambuco nesse mesmo contexto e depois
juntamente o Ceará e Paraíba, que também se tornaram autônomo ainda no período
colonial, em 1799; Não o argumento do desenvolvimento econômico da comarca,
negado por Moreno Brandão.
Fonte: Professor de
História: André Cabral
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