segunda-feira, 6 de março de 2017

11 - Calendário Sucinto da Revolta


Governador Caetano Pinto de Montenegro
6 DE MARÇO – Caitano Pinto de Miranda Montenegro, governador da Capitania, ordena, pela manhã, a prisão dos principais conspiradores, o que se procedeu sem atropelos até que, recebendo voz de prisão, o capitão José de Barros Lima, o Leão Coroado, reagiu, e ajudado pelo genro José Mariano de Albuquerque, assassinou a golpes de espada o brigadeiro Joaquim Barbosa de Castro, comandante do regimento de artilharia. O Capitão Pedroso dirigiu a multidão amotinada e tomou conta da cidade. O governador Montenegro, apavorado, recolhe-se à fortaleza do Brum.

7 DE MARÇO – Posse do governo provisório, constituído do Padre Ribeiro Pessoa, Domingos Teotônio, José Luís de Mendonça, Manoel Correia de Araújo e Domingos José Martins.

8 DE MARÇO – José Carlos Mayrinck da Silva Ferrão é confirmado no posto de secretário do governo provisório. Nomeação de um conselho consultivo, de que fazem parte, entre outros, o lexicógrafo Morais e Silva, o Deão Ferreira Portugal e Gervásio Pires Fereira. Manifesto do governo provisório, exortando todos à união.

11 DE MARÇO – Decide-se enviar Antônio Carlos da Cruz, o “Cabugá”, como agente diplomático junto ao governo dos Estados Unidos, efetuando-se sua partida no dia 24.

15 DE MARÇO – O governo provisório proclama a República.

26 DE MARÇO – É preso, na Bahia, o padre José Inácio Ribeiro Roma, mais conhecido como “padre Roma”, que julgado no dia 28, por um tribunal de exceção, seria arcabuzado na manhã de 29, Campo da Pólvora.

2 DE ABRIL – Bênção, solene, efetuada pelo Deão Portugal, das novas bandeiras.

9 DE ABRIL – Chegam notícias da execução do padre Roma e dos preparativos do governo do conde dos Arcos contra a Revolução.

11 DE MARÇO – Chegam os navios “Carrasco” e “Mercúrio” e “Audaz”, para iniciar o bloqueio do Recife.

2 DE MAIO – Prosseguindo o avanço das tropas legalistas, que, vindas da Bahia, se haviam concentrado no engenho Utinga, em que, batidos, os soldados de Suassuna recuam para Candeias.

15 DE MAIO – O exército republicano é espetacularmente batido em Ipojuca. O governo revolucionário de concentra na capital, pensando em dali, organizar a resistência.

16 DE MAIO – O governo provisório, praticamente reduzido padre Ribeiro Pessoa e Domingos Teotônio , ante a derrota à vista, tenta uma capitulação honrosa  e envia como emissários o pernambucano Mayrinck e o inglês Henry Koster que, ao tempo, explorava um engenho pras bandas de Jaguaribe.

18 DE MAIO – Recusada a capitulação por Rodrigo Lobo, Domingos Jorge ameaça, como represália, “passar a espada” sobre todos os legalista do Recife, oficiais ou paisanos. Mas, naquela mesma noite resolveu abandonar o Recife, rumando ao norte, indo acampar em Paulista.

19 DE MAIO – Com o recuo de Domingos Tenório, as forças legais ocupam o Recife sem esforço, ordenando Lobo a Cogominho perseguisse os fugitivos. Mas a tropa de Teotônio se dispersara, havendo o padre Ribeiro se suicidado. E o fogoso exército de Cogominho, não tendo inimigo a caçar, praticou ato infame: desenterrou o cadáver do infeliz republicano, cortando-lhe a cabeça, que, trazida para o Recife, seria pendurada no pelourinho.

20 DE MAIO – Finda a aventura de 6 de março e o governo real, dono da situação, se entregará agora, com ódio e brutalidade, à vingança malvada, enchendo Pernambuco de ódio, luto, sangue e também de ódios que iriam, cedo, reviver na nova experiência de julho 1824.

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