Se a Conjuração Mineira foi o primeiro movimento de caráter republicano na história brasileira que preocupou as autoridades portuguesas, foi a Conjuração Baiana, mais ampla e popular em sua composição social e proposta, a primeira revolução articulada pelas camadas populares que pretendiam uma república abolicionista, defendendo o fim da escravidão e a participação igualitária de todas as raças na administração pública.
A Revolução
Pernambucana tem o duplo mérito de ser o primeiro ato concreto de contestação
ao domínio português em solo brasileiro, colocando em prática as ideias
republicanas, e de ser a ocasião em que se inicia a diplomacia no Brasil, com
correspondência partindo do solo brasileiro para outras nações, tanto por parte
da Coroa Portuguesa quanto do governo republicano pernambucano. Por estes
motivos, é considerada o embrião da formação política da atual nação
brasileira.
A Revolução de 1817
é o marco fundador da História Diplomática do Brasil. Até o dia 6 de março
daquele ano, o Brasil, não somente aos olhos dos próprios cidadãos que o
habitavam, mas aos olhos do mundo, era apenas o território português na
América, antes colônia, e, por aquela época, felizmente constituído em Reino
Unido. Até aquele 6 de março, toda a América espanhola estava insurgida e
revolucionada. O Brasil, entretanto, permanecia pacificamente português,
nem um único sinal conhecia o mundo de um mais remoto desejo de independência,
seja de Portugal, seja da Monarquia da dinastia de Bragança.
A correspondência
diplomática internacional, a cobertura da imprensa e a própria consciência das
elites na América portuguesa revelam que a Revolução de 1817 fez o Brasil, pela
primeira, vez partícipe do movimento libertador que inflamava o resto do
continente. O Brasil surgia não mais como a colônia ou o reino unido português
bragantino, mas como uma entidade nacional com vontade própria de soberania,
com vontade própria de liberdade, com vontade própria de reorganização social.
(Mourão, 2009:174-175).
Há um crescente
número das pessoas executadas após julgamento. Na Conjuração Mineira em 1789
foi uma pessoa, na Conjuração Baiana em 1798 foram quatro e na Revolução
Pernambucana em 1817 foram treze.
Em Pernambuco não
houve mudanças nas sentenças iniciais. O número de executados seria ainda
maior, não fosse as intervenções de Dom João VI em 1818, determinando o fim de
novas investigações e prisões, e em 1821, declarando anistia aos que ainda se
encontravam presos, aguardando o final do processo judicial. Estas atitudes
visavam conseguir apoio popular em um momento que o rei iniciava seu governo,
pressionado por fortes nações e ideologias estrangeiras.
O aumento no número
e nível das punições é sinal inequívoco da necessidade e dificuldade cada vez
maiores das autoridades portuguesas em intimidar e submeter os brasileiros. Não
mais bastavam poucos executados, seguidos de alguns degredados, para oprimir
rebeldes. Julga-se então necessário também arrastar os corpos à cavalo,
fuzilar, condenar à prisão e ao degredo centenas de pessoas, entre civis,
militares e cléricos, pessoas de todas as classes sociais, representantes de
diversas categorias intelectuais e econômicas.
Em uma avaliação
final, pode-se afirmar que as conjurações mineira e baiana falharam em
proclamar a república e a revolução em Pernambuco não conseguiu mantê-la, mas
estes movimentos tiveram destacado papel no processo de pressão política que
conduziu à proclamação da independência do Brasil em 1822.
Fonte: Sylvio Mário Bazote – Historiador e Psicólogo de Juiz de Fora – Minas Gerais
Fonte: Sylvio Mário Bazote – Historiador e Psicólogo de Juiz de Fora – Minas Gerais
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