Após a chegada da Corte portuguesa, em 1808, o Rio de Janeiro não teve do que reclamar. Dom João VI e seu séquito transformaram a cidade no centro do Império Português. Ela passou a receber impostos vindos das outras regiões do Brasil e a desfrutar de todas as vantagens do sistema colonial. Se antes os brasileiros odiavam o controle exercido por Lisboa, agora era a supremacia do Rio que causava indignação. Na região norte (que hoje chamamos de Nordeste), o ressentimento com a corte era enorme. As cidades de lá não viam vantagem em mandar tanto dinheiro para o sul. Entre as taxas, havia uma destinada a financiar a iluminação das ruas do Rio. Não é surpresa que ela tenha se tornado o grande símbolo da exploração.
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A Corte de D. João VI no Rio de Janeiro |
Para começar, entre
1630 e 1654, a então capitania tinha sido governada pelos holandeses. Os
invasores foram expulsos pelos pernambucanos, que, em vez de proclamar
independência, optaram por voltar a ser colônia de Portugal. Ao fazer isso,
eles se sentiram senhores do seu próprio destino. Pernambuco estaria submetida
à Coroa por opção. “Enquanto entre El Rei e os demais colonos prevaleceria urna
sujeição natural, os pernambucanos manteriam com a monarquia um vínculo
consensual, ao se haverem libertado dos Países Baixos mercê de uma guerra
travada por seus próprios meios, havendo assim retornado à suserania lusitana
de livre e espontânea vontade”, diz o historiador Evaldo Cabral de Mello no
livro A Outra, Independência.
Esse gosto pela
autonomia nascido no século 17 alimentou o ódio de Pernambuco às imposições da
Corte. Para completar, a vinda de dom João VI coincidiu com um período inédito
de prosperidade. No início do século 19, graças à produção de algodão, Pernambuco
era uma das partes mais ricas do país. Do outro lado do oceano, Inglaterra e
França viviam a Revolução Industrial e precisavam alimentar suas frenéticas
fábricas de tecido. Os pernambucanos embarcavam sua produção no porto de Recife
diretamente para o Velho Mundo (e para os Estados Unidos). Mas não podiam fazer
isso sem prestar contas à Corte.
O algodão fez com que Recife se firmasse,
ao lado de Salvador, corno grande entreposto comercial. “Recife tinha grande
influência sobre Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Alagoas”, diz Eduardo
Schnoor, doutor em História Social pela Universidade de São Paulo. Naquele
intercâmbio não circulavam só mercadorias. Os comerciantes estrangeiros que
aportavam em Recife traziam um bocado de novas ideias. E algumas delas não
combinavam nada com a situação colonial, como os princípios de liberdade e
igualdade que haviam inspirado a independência americana, em 1776, e a
Revolução Francesa, em 1789. Quando esses ideais se juntaram à indignação
diante dos impostos, o caldeirão revolucionário começou a ferver.
Fonte: Sylvio Mário Bazote – Historiador e Psicólogo de Juiz de Fora – Minas Gerais
Um esclarecimento aos seguidores do blog. Não tenho formação em história, mas o meu dia a dia, depois de aposentado, é uma constante busca no aprendizado da matéria. Nossa intenção ao criar esse blog, é facilitar a pesquisa de estudantes dos ensinos fundamental, médio e de outras pessoas interessadas na História de Pernambuco, de modo especial, na Revolução Pernambucana de 1817, um tema que, dado a sua grande relevância, sempre foi abordado com pouca profundidade no ensino básico. A maior parte das postagens do blog é uma coletânea de informações de historiadores e pesquisadores que há tempo venho encontrando na web. Cada uma delas com a fonte de referência citada em itálico no final.
Amigo, eu pesquiso minha genealogia, dai cheguei a um padre que atuava na Vila do Pilar entre 1800 a 1837 de nome Padre João Francisco batista da costa, encontrei em um livro que um padre chamado Francisco da Costa foi preso na revolução de 1817, queria ver se esses 2 padres são a mesma pessoa.
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