O movimento ganhou o apoio da Ilha de Itamaracá, decretou a prisão do juiz de foro da cidade de Goiana, associado à Monarquia e mandou emissários para outras capitanias procurando apoio.
O capitão José de
Barros Falcão de Lacerda, que entre 1811 e 1812 foi comandante do presídio da
Ilha de Fernando de Noronha, foi designado para ir a esta ilha, neutralizar
suas fortificações e trazer para Recife os arquivos militares, a maioria dos
militares que lá se encontravam em serviço e recrutar presos condenados por
penas leves.
Para a Bahia foi por
mar o padre José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima (padre Roma). Parando em
Sergipe, consegue a adesão do tenente-coronel Antônio José Vitoriano Borges da
Fonseca, comandante de Alagoas, então comarca de Pernambuco. Chegando, porém às
imediações da cidade de Salvador, foi preso ao desembarcar na praia de Itapoã,
por ordem do governador da capitania baiana, onde já havia chegado a notícia da
rebelião pernambucana. Padre Roma ainda teve tempo de jogar na água papéis
comprometedores que trazia. O que não impediu que fosse rapidamente julgado,
condenado e fuzilado em 29 de março de 1817, três dias depois de ser preso.
Para o Ceará seguiu
por terra o jovem subdiácono(5) José Martiniano de Alencar que, após participar
juntamente com seus familiares da proclamação da república na vila do Crato em
03 de maio de 1817, foi preso neste local com os outros envolvidos e enviados
para Fortaleza. A República do Crato durou apenas oito dias, não contando com a
participação de parte de sua população, o que facilitou o fim do movimento na
cidade e consequentemente no Ceará.
Na Paraíba e Rio
Grande do Norte instalaram-se também, com rápida e fácil adesão, governos
republicanos aliados ao pernambucano. Destacam-se os governos revolucionários
pernambucano e paraibano pela intensa documentação criada em seu pouco tempo de
existência.
Na Paraíba, repleta
de ex-alunos do Seminário de Olinda e primeira a aderir à revolução, o
movimento se iniciou poucos dias depois de Recife, na vila de Itabaiana, graças
ao apoio de sua principal autoridade militar, o tenente-coronel de cavalaria de
linha Francisco José da Silveira. Além dele, participaram ativamente João
Batista Rego, um dos chefes locais e proprietário de terras, além de Manuel
Clemente Cavalcante, jovem de importante família local e que estudou em Recife.
Manuel Clemente provocou um levante dos proprietários e recebeu apoio de várias
vilas e povoações vizinhas, marchando sobre a cidade de Pilar e em seguida
sobre a capital, a cidade da Paraíba. Não havendo resistência, formou-se uma
junta governativa republicana em 13 de março de 1817. No entanto, muitos
proprietários que a princípio apoiaram o movimento não gostaram da forma como
foi realizada a eleição da junta, por considerarem que a escolha de seus membros
não beneficiava igualmente a todos. Alguns retornaram a suas terras, apoiando
depois a reação governista.
No Rio Grande do
Norte, então capitania subalterna de Pernambuco, o governador, capitão-mor José
Inácio Borges, considerado como simpatizante das ideias liberais, procurou na
cidade de Goianinha o rico proprietário do engenho Cunhaú, coronel de milícias
André de Albuquerque Maranhão, para um pacto sobre a defesa da monarquia. André
Maranhão, depois de hesitar durante algumas horas, mandou prender o governador
quando este pernoitava no engenho Belém, retornando à Natal. Enviou-o preso
para Recife. Em 29 de março de 1817, diante do desinteresse da população,
criou-se uma junta revolucionária dirigida pelo padre Feliciano José Dornellas
e composta pelo coronel André de Albuquerque Maranhão, o tenente-coronel José
Peregrino e o capitão-mor João de Albuquerque Maranhão.
Fonte: Sylvio Mário Bazote – Historiador e Psicólogo de Juiz de Fora – Minas Gerais
Fonte: Sylvio Mário Bazote – Historiador e Psicólogo de Juiz de Fora – Minas Gerais
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